O Povo Deseja Pagar Mais Impostos e Ricos Pagarem Menos
Fonte: CNN Brasil
Ao eleger mais prefeitos de extrema direita e direita,
o povo deu uma demonstração de que deseja pagar mais impostos e os ricos pagarem
menos. Logo após as eleições municipais, a Cãmara dos Deputados, composta por
maioria de deputados de extrema direita e direita, rejeitou uma emenda
parlamentar que visava taxar grandes fortunas.
Infelizmente, o povo toma as dores e reclama que o
governo quer atingi-lo com mais impostos. Não é verdade. A cobrança do imposto
era sobre grandes fortunas de bens de valor superior a R$ 10 milhões. A maioria
de nosso povo recebe de dois a três salários mínimos, que não é suficiente para
a sobrevivência de uma família de duas a três pessoas.
Fala-se muito que no Brasil é elevada a taxa de
impostos pagos, mas é preciso esclarecer que quem paga uma taxa elevada de
impostos no Brasil são os mais pobres. A taxa de impostos pagos pelos ricos é
menos da metade do que a taxa dos pobres, ou seja, enquanto a taxa de impostos
dos pobres é acima de 20%, a taxa paga pelos ricos é inferior a 10%.
Portanto, quando se diz que “o brasileiro não aguenta
mais pagar tanto imposto”, é preciso identificar o tipo de pagador de imposto,
pois a frase acima se refere aos mais pobres. Esconder isto só faz reforçar a
resistência a uma distribuição de renda, mantendo a mentira de que os ricos
também pagam elevados impostos.
É um absurdo o que acontece no Brasil, quando se nota
que quem ganha mais de 700 (setecentos) mil reais por mês paga a mesma taxa de
imposto de quem ganha 6.000 (seis mil) reais por mês, com os mais pobres
pagando mais do que os dois grupos. Por outro lado, é preciso esclarecer que a
taxação das empresas recai sobre os trabalhadores e os produtos fabricados.
O povo deve se conscientizar de que sem uma redução da
pobreza e das desigualdades sociais neste país, não haverá desenvolvimento. Há
mais de 500 anos que a extrema direita e direita mantém esta perversidade, com
o apoio do povo. Os governos de centro-esquerda também pouco fizeram para mudar
esta situação. Mesmo tendo uma pauta de melhor distribuição de renda, os
governos de centro-esquerda não conseguem avançar diante das pressões da
extrema direita e direita.
Isto foi amplamente divulgado esta semana, diante da
pressão que o governo Lula vem sofrendo para efetuar cortes de gastos, na
educação, saúde e outros serviços sociais. Por outro lado, o Congresso Nacional
não quer cortar suas benesses de orçamento secreto e os empresários não abrem
mão dos subsídios recebidos. Neste caso, os mais pobres vão enfrentar mais
desigualdades e sofrimento.
Esta semana vimos os noticiários do Brasil das
favelas. Terrível sofrimento humano inaceitável num país tão rico como o Brasil.
Na região norte, dominada pela direita e extrema direita nestas eleições, é
onde se registra o maior número de favelas.
Pior do que isto, são os estudos que mostram que é nesta região que
temos organizações criminosas, vistas como as mais poderosas do mundo.
Portanto, sem uma reflexão e conscientização de nosso
povo, na hora de votar, não podemos pensar em ter esperanças neste país. Mal foram
contados os votos, o povo começou a receber o prêmio de mais sofrimento,
levando-nos ao apocalipse brasileiro, similar ao que foi escrito no último
capítulo da Bíblia, há maios de dois mil anos.
A conscientização do povo brasileiro deve acompanhar
as preocupações da comunidade internacional, que espera a taxação das grandes
fortunas, de modo que seja possível se manter a sobrevivência de mais de 5
(cinco) bilhões de pessoas no mundo. Não é possível continuar com os ricos cada
vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobre.
Infelizmente, não existe ainda um consenso na relação
entre desigualdades sociais e participação política, considerando as diferenças
de percepções entre os de ideologias de esquerda e os de ideologias de direita.
No primeiro caso, a desigualdade social é considerada como um problema da
sociedade como um todo e no segundo caso a desigualdade é considerada como um
problema individual de cada um. No caso do Brasil, a situação se torna mais
complicada por conta do fanatismo ideológico.
Neste caso, as desigualdades sociais levam a um
envolvimento desigual na política e na influência da agenda política. É preciso
que a população e eleitores brasileiros
tomem conhecimento da má distribuição de renda no Brasil e se engajem numa
pauta e agenda de políticos defensores destas bandeiras e não seguir o
fanatismo político costumeiro e perigoso, aumentando o sofrimento da maioria.
Os pobres não podem e não devem continuar pagando mais
impostos do que os ricos. Se este raciocínio for usado na hora de votar,
estaremos engajados na luta do bem-comum, barrando aqueles afinados com as
políticas do mal, infelizmente contemplados nas eleições municipais deste ano.
Assim sendo, a ideologia esquerda-direita deve
considerar as desigualdades sociais como um problema social muito sério na hora
de votar e estas diferenças ideológicas devem também considerar que fome, pobreza e barriga vazia não devem existir numa sociedade democrática.
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